30/12/2015 - Equipe Target
O perigo do descarte incorreto de eletroeletrônicos
Mauricio Ferraz de Paiva
Conforme dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), a indústria de eletroeletrônicos representa 4,3% do PIB brasileiro, empregando mais de 180 mil pessoas. Ela não para de produzir novos equipamentos carregados de componentes tóxicos que, na maioria das vezes, são descartados de maneira incorreta. Este problema é intensificado pelo relativo curto ciclo de vida dos eletroeletrônicos que chegam à obsolescência mais rapidamente devido à introdução de novas tecnologias ou à indisponibilidade de peças de reposição. Após o fim de sua vida útil, esses produtos passam a ser considerados, segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 e regulamentada pelo Decreto Nº 7.404 de 23 de dezembro de 2010, os Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos (REEE). O Brasil ocupa a primeira posição entre os países emergentes em produção de REEE per capita, chegando a mais de 0,5 kg ao ano. Segundo o relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), se não forem realizadas a coleta e a reciclagem adequadas desses materiais, muitos países em desenvolvimento irão conviver com montanhas de lixo eletrônico tóxico, o que trará graves consequências para o meio ambiente e para a saúde pública.
Assim, as indústrias de alta tecnologia, como as de computadores e eletrônica, também se globalizaram nos anos recentes. A despeito de sua reputação inicial relativamente limpa, essas indústrias representam hoje um custo extremamente pesado para o meio ambiente. O setor de semicondutores utiliza centenas de produtos químicos, inclusive arsênico, benzeno e cromo, todos reconhecidamente cancerígenos. Isso também inclui mais da metade de todo o setor de man...