14/10/2009
Em São Paulo, peritos investigam o que causou a queda de um viaduto em construção na Rodovia Régis Bittencourt. É uma obra no Rodoanel, o principal projeto viário do estado. A obra foi paralisada depois do acidente para evitar mais problemas e para que possa ser feita a perícia no local. Outros viadutos do Rodoanel, já construídos, serão vistoriados. Ainda não há confirmação sobre o que causou o desabamento das vigas. A suspeita é de que houve erro na execução da obra. Uma viga caiu e derrubou as outras duas. Técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) estão no comando das investigações. O acidente foi na noite de sexta-feira. Três vigas despencaram e atingiram dois carros e um caminhão. A motorista de um carro teve alta, o motorista de outro carro ainda está internado. O motorista do caminhão deve ter alta neste sábado (14).
As vigas de concreto que despencaram do canteiro em obras foram colocadas no canteiro central da rodovia e no acostamento do outro lado da rodovia. Do alto, é possível ter outra perspectiva do que aconteceu. Já não há mais interdição no local e o trânsito flui normalmente na estrada.
Armadilhas de ruas e estradas colocam vida de brasileiros em risco
Os perigos se multiplicam nas estradas. Curvas mal projetadas, falta de sinalização, manutenção precária de ruas e avenidas. A falta de proteção na pista provocou um acidente impressionante em Praia Grande, litoral paulista, na semana passada. Um carro despencou em uma avenida e quase matou um pedestre. O acidente não foi inédito: há quatro meses, um caminhão caiu no mesmo local, onde não havia guard rail. Por sorte, nos dois acidentes ninguém se feriu com gravidade.
Mas a segurança no trânsito não pode depender da sorte. “Se todas as vias tivessem uma manutenção melhor, o risco de morte no trânsito seria bem menor”, aponta o engenheiro de trânsito Luiz Célio Bottura.
A curva é fechada e muitos motoristas não conseguem terminá-la. As marcas nos guard rails são testemunhas. Os especialistas em trânsito dizem que o crescimento desordenado das grandes cidades não justifica todos os obstáculos que os motoristas enfrentam. Para os engenheiros, o poder público tem uma parcela grande da culpa pelos riscos, ao executar e manter obras cheias de armadilhas.
Basta uma volta e o engenheiro de trânsito Luiz Célio Bottura enxerga problemas que a maioria dos motoristas desconhece. Uma ponte, por exemplo, é mais baixa do que manda a lei. Tem 4,5 metros: “A obrigação legal é de 5,5 metros, tanto que muitos caminhões batem nessa ponte”.
Mais adiante, a curva é muito fechada para uma avenida tão movimentada. “Poderia ser um conjunto de curvas de maneira diferente, mais suave. Não tão drástica e com um espaço tão pequeno”, comenta o engenheiro de trânsito Luiz Célio Bottura.
Fora a inclinação das pistas que, neste caso, também está errada, segundo o engenheiro: “A curva vertical, como é chamada, deveria estar ao contrário. O ponto mais baixo deveria ser o lado de lá e aqui o mais alto”. A prefeitura de Praia Grande, no litoral de São Paulo, onde aconteceram os acidentes, disse que a colocação de proteção na pista está em fase de planejamento. Só na capital paulista, no primeiro semestre do ano, 690 pessoas morreram em decorrência de acidentes no trânsito.
FONTE: Globo