01/06/2022 - Equipe Target
NBR 15420 de 05/2022 - Tubos, conexões e acessórios de ferro dúctil para sistemas de esgotamento sanitário - Requisitos e métodos de ensaio
A NBR 15420 de 05/2022 - Tubos, conexões e acessórios de ferro dúctil para sistemas de esgotamento sanitário - Requisitos e métodos de ensaio especifica os requisitos, exames visual, dimensional e ensaios para fabricação e recebimento de tubos, conexões e acessórios de ferro dúctil e suas juntas destinados ao uso em sistemas de esgotamento sanitário: operados com ou sem pressurização; instalados em trechos aéreos ou enterrados; para transporte de águas de superfície (não destinadas ao tratamento para consumo humano), esgotos domésticos e alguns tipos de efluentes industriais em regime de fluxo livre e contínuo. Nesta norma, todas as pressões são pressões relativas e estão expressas em Mpa e ela especifica os produtos para canalizações de esgotos com escoamento contínuo, por gravidade ou escoamento sob pressão negativa ou positiva.
Especifica os componentes a serem usados para um transporte satisfatório de: águas residuais domésticas; águas pluviais e superficiais; e outras águas residuais que podem ser descarregadas na rede (por exemplo, águas residuais industriais) em regime de fluxo livre e contínuo. Esta norma contém especificações dos materiais, dimensões e tolerâncias, propriedades mecânicas e revestimentos padronizados para tubos, conexões e acessórios de ferro dúctil.
São indicados também os requisitos de desempenho para todos os componentes, inclusive suas juntas. Esta norma é aplicável a tubos, conexões e acessórios fundidos por todos os processos de fundição ou fabricados a partir de componentes fundidos, assim como a suas respectivas juntas, de uma gama de diâmetros nominais variando do DN 80 ao DN 2 000, que contenham as seguintes características: fabricados com bolsa, flange ou ponta, cujos sistemas de vedação não são objeto desta norma; entregues, normalmente, com revestimento interno e externo; utilizados sob temperaturas dos efluentes de até 50 ºC.
Acesse algumas dúvidas relacionadas a essas normas GRATUITAMENTE no Target Genius Respostas Diretas:
Como devem ser os revestimentos externos e internos de tubos?
Como deve ser executada a camada de acabamento?
Qual deve ser a espessura do revestimento de argamassa de cimento aluminoso e aspecto da superfície?
O ferro dúctil é um tipo de liga de ferro fundido utilizada para fabricação de tubos, conexões e acessórios, na qual a grafita apresenta-se essencialmente em forma esferoidal ou nodular. Recomenda-se que o fabricante mantenha atualizado um controle do processo de fabricação conforme o Anexo A, que envolva os fornecedores de componentes, de acessórios e de matérias primas, capaz de assegurar que os produtos que fabrica estejam de acordo com esta norma e satisfaçam as expectativas do comprador.
Os tubos, conexões e acessórios, para aplicação em sistemas de esgotamento sanitário, devem ser fornecidos com espessuras, comprimentos e revestimentos especificados nessa norma. Os tubos com ponta e bolsa, conexões e acessórios podem ser fornecidos com comprimentos, espessuras e/ou revestimentos diferentes daqueles indicados nesta norma, desde que tais requisitos sejam objeto de acordo entre o fabricante e comprador e que atendam aos requisitos desta norma.
Os tubos flangeados devem ser fabricados de acordo com a NBR 7560 e atender aos demais requisitos desta norma. Os tubos com ponta e bolsa e conexões com junta flangeada devem ser fabricados de acordo com a NBR 7675 e atender aos demais requisitos desta norma.
Os diâmetros nominais (DN) padronizados para os tubos, conexões e acessórios são: 80, 100, 150, 200, 250, 300, 350, 400, 450, 500, 600, 700, 800, 900, 1 000, 1 100 ,1 200, 1 400, 1 500, 1 600, 1 800 e 2 000. Os outros tipos de conexões incluem as junções, tês e reduções com outras combinações de diâmetros nominais (DN x dn), tês de esgotamento, etc. são fabricados de acordo com esta norma.
Os tubos, conexões e acessórios de ferro dúctil e suas juntas, quando instalados ou operados sob as condições para as quais foram projetados, devem manter suas características funcionais durante sua vida útil. Isto ocorre devido à constância de suas propriedades ao longo do tempo, à estabilidade de sua seção transversal e ao coeficiente de segurança para os quais foram projetados.
Os tubos, conexões e acessórios destinados a coletores e ligações domiciliares de esgotos devem ser identificados externamente pela cor marrom ou ocre. A identificação por cores permite uma identificação fácil dos coletores e das ligações de esgotos para se evitar que sejam confundidos com canalizações de distribuição de água ou de gás.
Os tubos devem apresentar-se livres de defeitos e imperfeições de superfícies que possam prejudicar a sua conformidade aos requisitos estabelecidos nas nessa norma. Eventuais falhas em alto relevo, em baixo relevo ou desencontros podem ser aceitos, desde que o fabricante adote um controle do processo de fabricação e sujeite-se à avaliação do comprador.
As falhas provocadas por trincas não são recuperáveis e as falhas em alto relevo devem ser reparadas por usinagem com um material abrasivo tal como: rebolo ou lixa. As falhas em baixo relevo podem ser reparadas pelo processo de soldagem e com esmeril sendo que a solda deve ser executada sobre o metal sólido e isento de incrustações.
No caso de reparo por soldagem, o fabricante deve demonstrar ao cliente, ou ao seu representante, que: possui manual de recuperação por solda; o procedimento, o processo de soldagem e o soldador são qualificados; o material utilizado (eletrodo ou arame de solda) é o especificado no seu controle de processo; essas falhas não estão localizadas em regiões operacionais, ou seja, em regiões de vedação ou que possam comprometer a resistência mecânica dos tubos; a região soldada deve apresentar dureza ≤ 230 HB; após a soldagem aplica líquido penetrante para verificar a existência de trincas; sobre o metal sadio com algum defeito, limpar a área defeituosa antes da recuperação com massa plástica.
Os riscos longitudinais, em alto relevo, encontrados na parte externa do corpo, com comprimentos ≤ 3,0 m, altura ≤ 1,0 mm e largura ≤ 3,0 mm, fora da região de vedação, são aceitos sem reparação. Os riscos longitudinais, em baixo relevo, encontrados na parte externa do corpo, fora da região de vedação e com a espessura mínima indicada na norma, são aceitos sem reparação.
Os tubos amassados (com baixo relevo em um ponto), com ou sem revestimento interno, são aceitos após a verificação da profundidade do amassamento e aplicação de liquido penetrante no local. As dimensões máximas admissíveis são: ≤ 1,5 mm para diâmetros nominais DN 80 até DN 150; ≤ 2,5 mm para DN 200 até DN 300; ≤ 3,0 mm para DN 350 até DN 600; ≤ 4,0 mm para DN 700 até DN 1100 e ≤ 4,5 mm para DN 1 200 até DN 2 000.
Os tubos amassados, com o revestimento interno de argamassa danificado, devem ser refugados mesmo se o valor da profundidade do amassamento estiver dentro do especificado. As conexões devem apresentar-se isentas de defeitos, tais como: mossas (amassados), porosidades, cavidades produzidas por gases, bolhas, depressões, rebarbas, inclusões de areia, escamas de oxidação, trincas ou junta fria.
As superfícies usinadas devem apresentar acabamentos uniformes e isentos de arranhões, cortes, mossas, rebarbas ou cantos vivos. As conexões que apresentem imperfeições inerentes ao processo de fabricação, que não prejudiquem a sua utilização, podem ser aceitas.
Eventuais saliências, depressões ou desencontros podem ser aceitos, desde que o fabricante adote um controle do processo de fabricação e se sujeite à avaliação do comprador. As conexões fabricadas de acordo com esta norma podem ser reparadas para corrigir pequenas imperfeições de superfície, ou falhas localizadas, que não comprometam a espessura mínima de parede que não comprometam a espessura mínima de parede, desde que as conexões reparadas estejam em conformidade com todos os requisitos estabelecidos nessa norma e com os demais requisitos previstos no controle do processo de fabricação.
Os projetos de juntas e os formatos dos anéis de vedação de elastômeros não são objetos desta norma. Os anéis de vedação e as arruelas de vedação de elastômero devem ser apropriados para utilização em sistemas de esgotamentos sanitários e devem estar de acordo com os requisitos da NBR 7676 ou da NBR 16687, termofixos ou termoplásticos, conforme o caso, para aplicação com juntas elásticas de acordo com a NBR 7675.
Quando outros materiais diferentes de elastômeros forem especificados como, por exemplo, arruelas para juntas de flanges, estas devem estar de acordo com a NBR 7675 e de acordo com demais requisitos especificados pelo comprador. As dimensões e tolerâncias de flanges para tubos e conexões devem atender aos requisitos estabelecidos na NBR 7675 e as arruelas de borracha de face plana, ou não, devem ser de acordo com a ISO 7483, o que assegura a intercambialidade entre componentes com flanges (tubos, conexões, válvulas etc.) de mesmo diâmetro nominal (DN) e de mesma pressão nominal (PN), sejam intercambiáveis entre si, proporcionando uma performance adequada da junta.
Os tubos com flanges devem ser fabricados de acordo com a NBR 7560. Os materiais das arruelas de vedação de elastômero devem estar de acordo com a NBR 7676. Quando outros materiais diferentes de elastômero são especificados (como, por exemplo, materiais para juntas com flanges), eles devem estar de acordo com a ISO 7483 e de acordo com os requisitos do comprador.
O fabricante deve indicar em seus informes técnicos, embora isto não afete a intercambiabilidade, se os seus produtos são fornecidos com flanges fixos ou ajustáveis/orientáveis. Os tubos e conexões com juntas elásticas e mecânicas devem estar de acordo com a NBR 7675, com relação aos diâmetros externos (DE) das pontas e suas respectivas tolerâncias.
Toda junta elástica e mecânica deve ser projetada de forma a atender aos requisitos de desempenho de e aos requisitos da NBR 7675. As juntas para tubos e conexões de ferro dúctil indicadas na NBR 7675 são preferenciais. Outros tipos de juntas podem ser empregadas, desde que sejam ensaiadas e atendam ao estabelecido na NBR 7675 e que apresentem intercambialidade com os tubos fabricados conforme esta norma.
Os tubos de ferro dúctil devem ser retilíneos, sendo admissível um desvio de, no máximo, 0,125% de seu comprimento. Realiza-se normalmente a verificação deste requisito por meio de um exame visual, mas em casos de dúvidas ou controvérsias, deve-se medir o desvio da retilinidade.
As características mecânicas de tubos, conexões e acessórios devem ser avaliadas pelo fabricante, durante o processo de fabricação, de acordo com o estabelecido nessa norma e devem estar de acordo com os seus requisitos. As propriedades mecânicas devem ser verificadas pelo fabricante durante o processo de fabricação de acordo com um dos sistemas a seguir: sistema de amostragem por lote, onde as amostras de tubos ou de conexões são retiradas e ensaiadas de acordo, ou um sistema de controle (que utilize, por exemplo, ensaios não destrutivos) no qual pode ser demonstrada uma correlação positiva com relação às propriedades de tração especificadas. Os procedimentos de verificação devem utilizar amostras de comparação que tenham propriedades conhecidas e verificáveis (conferir tabela abaixo).
Clique na imagem acima para uma melhor visualização
As durezas de tubos centrifugados, conexões e acessórios de ferro dúctil devem ser tais que eles possam ser cortados, marcados (puncionados a frio), furados e/ou trabalhados com ferramentas padronizadas. A verificação da dureza Brinell de tubos, conexões e acessórios de ferro dúctil deve ser efetuada de acordo com essa norma.
A dureza não pode exceder a 230 HB para tubos centrifugados e 250 HB para conexões e acessórios. A verificação da nodularidade deve ser efetuada, durante o processo de fabricação, para tubos de acordo com o controle interno da qualidade, para conexões e acessórios, conforme indicado na NBR 7675.
FONTE: Equipe Target