17/07/2019 - Equipe Target
NBR 16764 de 06/2019: os requisitos para execução da instalação dos componentes do sistema de armazenamento subterrâneo de combustívei
A NBR 16764 de 06/2019 - Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis — Instalação dos componentes do sistema de armazenamento subterrâneo de combustíveis (SASC), óleo lubrificante usado e contaminado (OLUC) e ARLA 32 estabelece os princípios gerais de projeto e requisitos para execução da instalação dos componentes do sistema de armazenamento subterrâneo de combustíveis (SASC), óleo lubrificante usado e contaminado (OLUC) e ARLA 32. A execução e a instalação dos componentes do SASC são aplicáveis aos empreendimentos previstos na Resolução Conama 273:2000. São considerados componentes do SASC o conjunto de tanques subterrâneos, o sistema de tubulação e os componentes e equipamentos interligados, fixos e instalados, previstos neste documento. Os tanques subterrâneos previstos neste Documento são os fabricados conforme a NBR 16161. Este documento não se aplica às instalações de gás natural veicular (GNV).
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Como deve ser feito o manuseio do tanque?
Quais as distâncias de segurança para o projeto?
Como deve ser a realizada a proteção definitiva?
Como deve ser executada a compactação ou adensamento do aterro?
Como deve ser realizada a verificação da manutenção da estanqueidade do interstício do tanque?
Onde deve ser instalada a câmara de contenção da boca de visita do tanque “sump de tanque”?
Quando da construção nova, ampliação ou reforma de empreendimento, deve ser feito projeto executivo que especifique e localize os tanques de armazenamento, tubulações, componentes e equipamentos utilizados na instalação do SASC, conforme este documento. Depois de concluída a instalação do SASC, deve ser realizado o projeto “como realizado” (as built), e deve ser atualizado sempre que forem realizadas novas intervenções.
Para todo e qualquer projeto de construção nova, ampliação ou reforma, devem ser considerados, quando disponíveis, os “as built” dos projetos de instalações, como água, esgoto, parte elétrica, SPDA, e todas as instalações que utilizarem intervenções subterrâneas. Para intervenções que alteram as características, quantidades, componentes e localização do projeto original, deve ser elaborado novo projeto ou ele deve ser revisado. Durante o projeto, deve-se considerar que o biodiesel e/ou o óleo diesel BX degradam certos tipos de borracha utilizados na fabricação de mangueiras, gaxetas e anéis de vedação.
Deve-se evitar o seu contato com estes itens fabricados com borracha nitrílica ou borracha natural. As mangueiras devem ser fabricadas à base de politetrafluoretileno ou poliamidas, conforme BS 5842. Gaxetas e anéis de vedação utilizados no sistema de movimentação, armazenamento e transferência também devem ser fabricados em politetrafluoretileno ou poliamidas.
Da mesma forma, não é recomendável o contato de biodiesel e/ou óleo diesel BX com alguns metais ou plásticos, pois a concentração de sedimentos no produto aumenta, se houver contato por um longo período. Deve-se evitar contato do produto com o cobre, chumbo, cádmio, bronze, latão, estanho, zinco, ligas metálicas que contenham estes metais e aços galvanizados.
O projeto executivo deve ser composto de: projeto hidráulico; projeto elétrico; projeto de drenagem oleosa; projeto de contenção e monitoramento ambiental; projeto da área de abastecimento; e lista de materiais do SASC. No projeto hidráulico, deve ser prevista a locação, quantidade, volumetria e compartimentação de todos os tanques de armazenamento de combustível e OLUC, considerando NBR 16161, e ARLA 32, considerando a NBR 16406.
Devem ser considerados os requisitos de locação dos tanques em conformidade com este documento. Devem ser previstos a locação, distâncias, diâmetros, tipo, inclinações, cota de elevação e sentido do fluxo de todas as tubulações. Os tanques de armazenamento também podem ser instalados em uma área de abastecimento ou em outras áreas sujeitas a tráfego. Todos os trechos de tubulação aérea devem ser de tubulação metálica, em conformidade com as NBR 5580 e NBR 6943, não podendo ser aplicada em trechos subterrâneos.
Todos os trechos de tubulação subterrânea devem ser de tubulação não metálica, em conformidade com a NBR 14722, não podendo ser aplicada em trechos aéreos. Devem ser previstos a locação, quantidade e tipo de unidades de abastecimento e unidades de filtragem. Deve-se evitar passar tubulações sobre os tanques passando-se somente quando for absolutamente inevitável. Deve-se evitar passar eletrodutos junto de tubulações hidráulicas.
Todas as tubulações que operam com pressão positiva devem possuir proteção secundária, de modo a conter eventuais vazamentos. Todas as interligações de tubulações hidráulicas por montagem mecânica, do tipo rosca ou flange, quando subterrâneas, devem estar contidas em câmaras de contenção. Em sistemas que operam com pressão positiva utilizando bomba submersa para abastecimento de etanol, a instalação do densímetro deve seguir a orientações do fabricante da bomba submersa.
Em sistemas que operam com sucção, utilizando sistema de bombeamento da unidade abastecedora ou da unidade de filtragem, devem considerar tubulação individual, sem derivações, para evitar entrada de ar no sistema. Em sistemas que operam com unidade abastecedora dotadas de eliminador de ar, a tubulação de retorno do kit eliminador de ar deve ser individual, sem derivações, entre a unidade abastecedora e a unidade de filtragem para evitar anomalias no sistema de medição. Quando for projetada a interligação entre tanques, esta interligação deve ser conforme 8.11.
O projeto elétrico deve ser estar com conformidade com a NBR 14639. As áreas classificadas devem ser localizadas no projeto. Os eletrodutos devem estar indicados quanto à locação, diâmetro, bem como tipo e devem estar identificados os seus pontos de selagem.
As redes elétricas devem ser projetadas com eletrodutos independentes para cabos de energia e cabos de dados. O projeto deve prever que, quando da utilização de tubo metálico flexível para instalações elétricas, em área classificada conforme descrito na NBR 14639, este deve possuir a mesma proteção EX do equipamento ao qual será conectado e deve ser certificado conforme legislação vigente, não podendo haver diminuição do grau de proteção IP do equipamento.
O projeto de drenagem deve ser realizado um projeto de sistema de contenção e separação de efluentes. O projeto de contenção e monitoramento ambiental deve ser elaborado projeto de contenção secundária com o objetivo de conter eventuais vazamentos e derramamentos de produto, estabelecendo a quantidade, dimensões e locação de câmaras de contenção, e tubulação de contenção secundária, conforme a NBR 13786.
Este projeto deve prever a quantidade e a locação dos sensores de monitoramento ambiental, conforme descrito na NBR 13784. O projeto da área de abastecimento deve ser elaborado projeto que estabeleça uma ou mais áreas de abastecimento, que devem estar compreendidas em um raio mínimo de 6 m a partir da projeção de cada unidade abastecedora, conforme a figura abaixo.
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Quando os limites das divisas do terreno ou edificações estiverem a menos de 6 m da projeção das unidades abastecedoras, a área de abastecimento deve ser limitada pela divisa do terreno ou edificações. Duas ou mais unidades abastecedoras podem estar compreendidas na mesma área de abastecimento.
Quanto a lista de materiais do SASC, todo projeto executivo deve apresentar a listagem completa e detalhada da quantidade e especificação dos componentes a serem instalados. Os componentes listados devem ser classificados por tipo de projeto (hidráulico, elétrico, drenagem ou contenção e monitoramento).
A seleção dos equipamentos e sistemas a serem aplicados no SASC deve estar em conformidade com os requisitos das NBR 13786 e NBR 15512. Somente devem ser instalados componentes novos e sem uso, sendo vedadas a utilização e a instalação de componentes usados, listados abaixo: dispositivo de descarga selada, conforme a NBR 15138; câmaras de contenção, conforme a NBR 15118; câmara de calçada da câmara de contenção, conforme a NBR 15118; tubulação não metálica (tubo e conexões), conforme a NBR 14722; flange de vedação (boot), conforme a NBR 15118; tanques subterrâneos, conforme a NBR 16161; tubulação metálica (tubo e conexões), conforme as NBR 5580 e NBR 6943; tubo metálico flexível, conforme a NBR 14867; válvula antitransbordamento, conforme a NBR 15005; válvula de boia flutuante, conforme a NBR 15015; caixa separadora de água e óleo; válvula de retenção instalada em linha de sucção (checkvalve), conforme a NBR 15139; sensor de presença de líquidos, conforme a NBR 13784; válvula de antiabalroamento; válvula de pressão e vácuo do respiro.
A reinstalação destes componentes listados pode ser considerada na recolocação do componente no mesmo local originalmente instalado, quando retirado para manutenção prevista em norma ou procedimentos de ensaio de estanqueidade. Os componentes devem ser descarregados, inspecionados, recebidos e posteriormente armazenados de acordo com as instruções do fabricante. Todos os componentes devem ser inspecionados no ato do recebimento, verificando-se a conformidade das especificações de acordo com os projetos, a listagem de materiais e o aspecto geral dos componentes.
As inspeções e/ou ensaios devem ser efetuados tomando-se como base as normas aplicáveis e, na ausência destas, as especificações do fabricante e os critérios de aceitabilidade. Os componentes devem ser instalados em prazo determinado pelo fabricante. Na ausência deste prazo, é recomendado que os componentes sejam instalados em até 180 dias de seu recebimento.
Se possuírem embalagem, os componentes devem ser mantidos nas embalagens originais até o momento da instalação. Anteriormente aos procedimentos de instalação de quaisquer componentes, estes devem ser rigorosamente inspecionados, de forma a assegurar que estejam íntegros e em perfeitas condições, conforme as especificações e instruções do fabricante. A identificação de qualquer dano deve ser relatada ao fornecedor. Os componentes não podem ser instalados sem autorização do fabricante, devendo ser identificados e segregados dos demais componentes.
As instalações somente devem ser executadas, parcial ou totalmente, por empresa certificada conforme legislação vigente. As instalações somente devem ser executadas por empresa de engenharia, nacional, devidamente registrada no órgão de classe no estado de origem tendo como atividade fim declarada nos documentos de sua constituição a realização de serviços de retirada e instalação de SASC. Todos os profissionais envolvidos no processo de execução das instalações previstas nesta norma devem possuir vínculo contratual com a empresa responsável contratada para execução dos serviços.
A instalação dos componentes deve seguir o projeto executivo, devendo qualquer alteração ser considerada no projeto de “as built”. Todas as interligações de tubulações hidráulicas por montagem mecânica, do tipo rosca ou flange, montadas em campo, quando subterrâneas, devem estar contidas em câmaras de contenção. Além neste documento, devem ser seguidas as orientações de instalação fornecidas pelo fabricante do componente.
É fundamental que sejam avaliadas as condições geotécnicas do solo, com objetivo de identificar a necessidade de medidas complementares, assegurando a funcionalidade dos equipamentos, a segurança da obra e a proteção do meio ambiente durante a execução das obras. Em áreas cársticas, devido às especificidades próprias do meio, as investigações devem contemplar o emprego de métodos geotécnicos (diretos e/ou indiretos) que possibilitem a determinação da existência de cavidades, canais de dissolução e outras estruturas características do carste, que possam comprometer a capacidade de suporte do substrato e equipamentos.
Imediatamente antes de o tanque ser retirado do berço de transporte para instalação na cava, ele deve ser inspecionado visualmente, certificando-se de que este não possua danos aparentes. Na ocorrência de não conformidades, o fabricante do tanque deve ser contatado para orientação dos procedimentos a serem adotados.
Caso o tanque não esteja no berço de transporte, ou apresente avarias, no momento da inspeção de pré-instalação, o fabricante do tanque deve ser contatado para avaliar eventuais danos. A ficha de acompanhamento, conforme a NBR 16161, deve ser conferida e preenchida em espaço específico pelo instalador e deve permanecer na obra durante todo o processo de instalação.
FONTE: Equipe Target