05/10/2016 - Equipe Target
Campos elétricos e magnéticos dependem da intensidade e da distância das fontes de radiação
Mauricio Ferraz de Paiva
De uma forma geral, os campos elétricos e magnéticos em 50 e 60 Hz são produzidos pelas tensões elétricas dos sistemas de energia elétrica e disponível nas tomadas para o funcionamento dos equipamentos elétricos. Esses campos dependem da intensidade e da distância das fontes de radiação, sendo medidos pela unidade V/m.
O campo elétrico está presente desde que haja tensão disponível, quer haja ou não circulação de corrente. Os campos magnéticos são decorrentes de fluxos de corrente elétrica. Esses campos dependem também da intensidade e da distância das fontes de radiação. São obtidos através da densidade de fluxo magnético que é medida pelas unidades Gauss (G) ou Tesla (T). Os campos magnéticos estão presentes quando os equipamentos estão em funcionamento.
Uma pessoa debaixo de uma linha de transmissão de alta tensão pode sentir um moderado choque ao tocar em objetos do ambiente, diminuindo rapidamente tais efeitos com a distância e obstáculos existentes. Os campos magnéticos podem induzir correntes elétricas no corpo das pessoas, porém em geral bem menores que as correntes elétricas naturais existentes no cérebro, nervos e coração.
Os efeitos na saúde podem ser classificados como de caráter imediato ou de curto prazo e como de longo prazo. Entre os primeiros estão: estimulação das células nervosas do cérebro, de nervos periféricos, de músculos, incluindo o coração, além de choques e queimaduras causadas por contacto com objetos condutores, podendo causar, em função da intensidade de corrente aplicada, dificuldades de respiração e fibrilação ventricular (batimento cardíaco desordenado).
O principal mecanismo de interação nestes casos é a indução de corrente elétrica no corpo, e os efeitos ocorrem somente durante o período de exposição aos campos. Os campos elétricos de 50 e 60 Hz têm baixa capacidade de penetração nos corpos, a grande maioria dos efeitos biológicos está associada principalmente à exposição a campos magnéticos.
Durante algum tempo, as pesquisas sustentaram a hipótese de ocorrência da diminuição da produção noturna do hormônio melatonina, em pessoas submetidas a campos de 50 e 60 Hz. Esse hormônio, produzido pela glândula pineal, regula o ritmo circadiano e foi utilizado como agente anticancerígeno nas décadas de 1970 e 1980, porém acabou por não se mostrar eficaz como tratamento.
A utilização desse agente em alguns pacientes havia sido motivada por ter sido detectado que o nível de melatonina era mais baixo em portadores de câncer. Todavia, estudos recentes, realizados com voluntários, mostraram que não existe nenhuma correlação entre a exposição a campos de 50 e 60 Hz e o nível noturno de melatonina no sangue.
No caso dos efeitos potenciais da exposição de longo prazo, como, por exem...