27/04/2008
A operação Arco de Fogo, da Polícia Federal e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis), realizada em Machadinho D'Oeste, nordeste de Rondônia, a 150 km da capital Porto Velho, terminou nesta
semana com nove madeireiras interditadas e 23 bloqueadas por suspeita de serem empresas fantasmas. Segundo
informações do Ibama, todas as madeireiras do município foram fiscalizadas (32 no total), sendo 100% delas autuadas
por comercializar, ou por ter em depósito, madeira sem origem legal.
Desde a última terça-feira (22), a operação Arco de Fogo está sendo realizada também em Cujubim, município vizinho.
Até o momento, os fiscais do Ibama e policiais federais realizam análise documental das empresas da cidade. Os
fiscais aplicaram 97 autos de infração, que corresponde a R$ 15 milhões em multas. Foram apreendidos ainda 3 mil m3
de madeira em tora e serrada, o suficiente para encher 130 caminhões.
Ao analisarem a documentação das empresas, os agentes descobriram que outros 3 mil metros cúbicos foram
comercializados sem autorização. Nove madeireiras foram paralisadas por falta de licenciamento, e por não comprovarem
a origem dos estoques de madeira. As máquinas foram lacradas. Toda a madeira apreendida foi recolhida pelas
prefeituras de Ariquemes e Machadinho D'Oeste.
Desmatamento
A operação Arco de Fogo identificou ainda pontos de devastação em áreas de preservação permanente. Dois fazendeiros
foram multados, em R$ 49 mil e R$ 245 mil, sendo um deles proprietário de uma das madeireiras lacradas pela operação.
Fantasmas
Das 55 empresas madeireiras cadastradas pelo Ibama na região, 23 estavam inativas, constaram os fiscais. Segundo
informações da equipe responsável, algumas madeireiras estão inativas há anos. Outras nunca existiram no local
indicado pelo sistema. No lugar de antigas serrarias foram encontradas empresas de outros ramos comerciais. Contudo,
a operação apurou que essas serrarias movimentam mais de mil metros cúbicos de madeira por mês.
Nenhum responsável foi localizado, o que reforça as suspeitas da PF e do Ibama de que as serrarias são ilegais ou
existem como fachada para comercializar madeira ilegal. Os fiscais pediram o cancelamento de registro dessas
madeireiras junto a Superintendência do Ibama em Rondônia.
Para o coordenador dos trabalhos do Ibama na Arco de Fogo, Wilson Cardoso, as infrações encontradas não se limitam ao
campo ambiental. "Associados ao crime ambiental, vêm os ilícitos trabalhistas. Encontramos condições de trabalho
subumanas", afirmou.
FONTE:
FSP