25/11/2020 - Equipe Target
NBR 16918 de 11/2020 - Vidro termoendurecido
A NBR 16918 de 11/2020 - Vidro termoendurecido especifica os requisitos gerais, métodos de ensaio e precauções necessárias para assegurar a segurança, durabilidade e qualidade do vidro termoendurecido plano. Outros requisitos, não especificados nesta Norma, podem ser aplicáveis ao vidro termoendurecido que é incorporado em conjuntos, por exemplo, o vidro laminado ou insulado, ou vidros revestidos para controle solar. Estes requisitos adicionais são especificados nas normas dos respectivos produtos. O vidro termoendurecido é aquele que, mediante um processo controlado de aquecimento e resfriamento, tem suas resistências mecânica e térmica aumentadas. As resistências mecânica e térmica são geradas pelo nível de compressão superficial. Estas propriedades não dependem das dimensões da peça.
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Quais são as tolerâncias na largura B e no comprimento H?
Qual a diferença máxima entre as diagonais?
O que são as ondas de roletes (roller wave), apenas para vidro termoendurecido horizontalmente?
Quais são os valores máximos permitidos para elevação de borda?
O vidro termoendurecido deve atingir uma tensão de superfície residual entre 3.500 psi e 7.500 psi. Possui maior resistência às tensões térmica e mecânica em comparação com o vidro comum, mas não pode ser considerado um vidro de segurança. O vidro termoendurecido é desenvolvido a partir de um vidro monolítico que atende aos requisitos de uma das seguintes normas: vidro float, de acordo com a NBR NM 294; vidro impresso, de acordo com a NBR NM 297; vidro revestido de controle solar, de acordo com a NBR 16023.
No caso de quebra, o vidro termoendurecido possui características similares às do vidro float. A fragmentação pode ser realizada em amostras de ensaio sem retenção mecânica em suas bordas. A fragmentação do vidro instalado pode não corresponder à do vidro termoendurecido no ensaio de fragmentação, devido ao tipo de fixação, às dimensões da peça e ao processamento, por exemplo, laminação.
As características da quebra do vidro não são afetadas por temperaturas entre – 50 °C a +100 °C. As distorções ópticas em vidros float, ainda que pouco perceptíveis, podem ser oriundas do seu processo de fabricação, e podem também ser geradas ou acentuadas nos procedimentos de laminação, insulamento, tratamentos térmicos (têmpera, curvação e termoendurecimento), fixação dos vidros nas esquadrias e na instalação das esquadrias nas fachadas. Esta característica não é um defeito e sim uma propriedade do material, todavia, torna-se um defeito quando não controlada e limitada.
Nenhum vidro é isento de apresentar algum nível de distorção óptica, inclusive os vidros produzidos pelo processo float, sejam eles incolores, coloridos e/ou de controle solar. Pequenas variações de planicidade na superfície dos vidros são imperceptíveis quando estes são observados de perto, mas assumem proporções visíveis quando a distância do observador é aumentada. Fatores como ângulo de observação, iluminância, tipo de vidro e o clima podem influenciar na visualização.
Quanto à anisotropia, pode dizer que o procedimento de termoendurecimento produz áreas com tensões diferentes na sessão transversal do vidro. Estas áreas de tensão produzem um efeito de dupla reflexão no vidro que é visível sob luz polarizada. Este efeito se manifesta sob a forma de manchas coloridas. A luz polarizada ocorre durante o dia e sua quantidade depende da estação climática do ano e do ângulo da luz solar.
A anisotropia também pode ser observada em função da umidade do ar e até da espessura do vidro. O efeito de dupla reflexão é mais evidente sob um determinado ângulo de visão ou com lentes polarizadas. A anisotropia não é um defeito e sim um efeito visível, inerente ao processo de fabricação.
As propriedades mecânicas do vidro termoendurecido não variam quando instaladas, com temperaturas até 200 °C, e não são afetadas por temperaturas inferiores a 0 °C. O vidro termoendurecido é capaz de resistir tanto às variações repentinas de temperatura como às diferenças de temperaturas de até 100 °C. Esta propriedade não tem relação com a capacidade de resistência ao fogo. A tabela abaixo apresenta os valores das tensões máximas admissíveis para vidros termoendurecidos, de acordo com o apoio do painel e a duração da carga, por exemplo, 3 s para rajadas de vento e acima de um ano para cargas permanentes, como objetos sobre pisos ou pressão de água em piscinas e aquários.
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O processo de termoendurecimento não modifica a espessura da peça, portanto as tolerâncias de espessura devem atender aos requisitos das normas referentes ao vidro utilizado, sendo a NBR NM 294, para o vidro float, e a NBR NM 297 para vidro impresso. Quando as dimensões do vidro termoendurecido são especificadas para peças retangulares, a primeira dimensão deve ser a largura, B, e a segunda dimensão, o comprimento, H. Deve-se indicar que a dimensão para a largura é representada como B, e que o comprimento é representado como H, quando se refere a sua posição para instalação.
Em função da natureza do procedimento de termoendurecimento, pode não ser possível obter um vidro tão plano como o float. Esta diferença de planicidade depende do tipo de vidro (como revestido, impresso etc.), das medidas do vidro como a espessura nominal, a largura e o comprimento, a proporção entre as dimensões, e também do processo de termoendurecimento utilizado (forno vertical ou horizontal).
Os vidros tratados termicamente podem ter a sua planicidade alterada, resultando assim em distorções ópticas e estas podem se tornar mais perceptíveis pelos tipos de alteração na planicidade. As pinças utilizadas para suspender o vidro durante o termoendurecimento produzem depressões na superfície do vidro, denominadas como marcas de pinças. Os centros das marcas de pinças são situados até um máximo de 20 mm a partir da borda.
Uma deformação da borda menor que 2 mm pode ser produzida na região da marca de pinça e também pode haver uma região de distorções ópticas com raio máximo de 100 mm. Após o processo de termoendurecimento, o vidro não pode ser cortado, serrado, perfurado, nem sofrer acabamento de borda ou abrasão superficial. Todos esses procedimentos só podem ser realizados antes do processo de termoendurecimento.
Todo vidro a ser submetido ao processo de termoendurecimento deve ter sua borda trabalhada antes do processo, sendo no mínimo lixado com lixa umedecida, de forma a eliminar qualquer defeito de borda. Os fornecedores do vidro termoendurecido devem ser consultados sobre os diversos tipos de acabamento de bordas existentes, que podem variar em função das exigências do projeto e da tecnologia empregada por cada processador.
Toda chapa de vidro termoendurecido deve ser marcada de forma indelével e permanente com as seguintes informações: logomarca do fabricante e/ou nome do fabricante do vidro; identificação do tipo de vidro com o texto “Vidro Termoendurecido” ou “VTE” – abreviação da expressão em português ou “HS” – abreviação da expressão em inglês. A marcação de identificação permanente deve ser aplicada nas peças de vidro próxima a um dos cantos, onde deve estar totalmente visível e legível quando o vidro for instalado.
Se houver solicitação do cliente para que a marcação seja aplicada em local não visível, isso deve ser acordado previamente entre as partes. As informações adicionais também podem ser gravadas, desde que previamente acordada entre o fabricante e o consumidor.
FONTE: Equipe Target