11/05/2016 - Equipe Target
Queda da ciclovia: falha no projeto?
Mauricio Ferraz de Paiva
Inaugurada em janeiro, a ciclovia que desabou custou quase R$ 45 milhões e foi construída como atrativo para os Jogos Olímpicos, que serão realizados em agosto. O nome é em homenagem ao compositor da canção Do Leme ao Pontal, Tim Maia. Leme e Pontal são localidades da orla da cidade que serão interligadas pela ciclovia após o fim das obras – o trecho entre São Conrado e Barra ainda não foi inaugurado.
O consórcio Contemat/Concrejato afirmou ter sido contratado para desenvolver o projeto executivo, a partir do projeto básico fornecido pela contratante, ou seja, a prefeitura. Engenheiros disseram que o projeto básico não levou em conta a força do mar e comparou a parte superior da ciclovia, onde fica a pista, como uma passarela comum. O estudo foi simplório, foi insuficiente, devia ter mais detalhes. Faltou uma análise por segmento do costão, para os vários sentidos de ataques das ondas.
A Secretaria de Obras declarou que o projeto básico é apenas conceitual e cálculos como impacto das ondas e outras especificações são objeto do desenvolvimento do projeto executivo, que traça todos os detalhes técnicos para a execução da obra. No caso da ciclovia da Niemeyer, o projeto executivo foi desenvolvido pelo consórcio Contemat/Concrejato.
O problema é que não foi previsto no projeto essa força excepcional porque a onda levantou a laje (ponte). Acho que foi uma falha de projeto. Só tem uma viga central praticamente, então, não tem resistência para o momento de força. São dois apoios, ele não conseguiu suportar esse esforço de rotação, devido à onda que bateu. Foi falha de concepção do projeto.
Uma vistoria nos pilares 48, 49 e 50 da ciclovia, justamente os que sustentavam o trecho que desabou, destaca que os danos causados pela ação de fortes ondas foram fator determinante para o desabamento da pista. No pilar 49, os peritos do Grupo de Apoio Técnico Especializado (Gate) do ...